POLÍTICA
O ano que não esquentou, por Miriam Leitão
Seria um reflexo no espelho do ano anterior. Essa
era a aposta geral. O ano de 2012 começaria frio mas esquentaria ao longo dos
meses e trimestres e terminaria dezembro num ritmo de 4%; o oposto de 2011. Mas
os indicadores foram decepcionando.
O país estagnou, a indústria encolheu, o calote
aumentou, a inflação permaneceu alta e o país investiu muito pouco.
No mundo, houve problemas que agravaram a nossa
situação. A Europa sangrou o ano inteiro, mas terminou 2012 melhor do que
começou, felizmente. A união monetária esteve a um passo de se fragmentar e
agora se fortalece na preparação da união bancária.
Os Estados Unidos namoraram o abismo, testando o
limite da polarização política, mas o pior foi evitado com a reeleição de
Obama. O programa do Partido Republicano revisitava ideais de intolerância e de
abandono dos mais pobres, incompatíveis com os valores contemporâneos.
O que mais atrapalhou o Brasil foi o Brasil mesmo.
O investimento público é menor do que pode e muito menos do que se precisa. Os
obstáculos ao investimento privado crescem em vez de diminuir. Quando escolhe
projetos e modelos para pôr o dinheiro público, o governo tem errado.
É a transposição do Rio São Francisco que fica pela
metade, quando o que deveria ter sido escolhido desde o início era fortalecer o
Velho Chico; hidrelétricas na Amazônia que repetem alguns velhos erros; o
trem-bala que não sai do lugar, mas seu custo decola a cada revisão.
Melhor faria se o mesmo dinheiro fosse investido em
outros projetos. Em sumo: investir errado é pior do que não investir. Há cinco
trimestres consecutivos cai o investimento no Brasil.
Veja na íntegra em: Miriam Leitão

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