A Mônica de Lula e a Rose de Renan
| Mônica Veloso |
Além das escancaradas pelo confronto estético, há três diferenças essenciais entre Mônica Veloso e Rosemary Noronha. A primeira é a origem do patrocínio: se a Rose de Renan Calheiros teve as despesas bancadas por uma empreiteira, a Mônica de Lula ganhou um empregão federal. A segunda reside nos desdobramentos das relações com gente poderosa: só uma se valeu da influência do parceiro para subir na vida como quadrilheira. A terceira, como ressalta o texto publicado na seção História em Imagens, está no tratamento dispensado pela imprensa às duas mulheres. Mônica foi apresentada ao país como amante do presidente do Senado. Rose é apenas “amiga” do ex-presidente da República.
O livro em que Mônica Veloso contou o pouco que sabia do que se passava fora da alcova nada acrescentou ao prontuário de Renan. Se Rosemary Noronha resolver contar à polícia o muito que sabe, Lula terá de interromper o silêncio que já passou de 70 dias para passar outros tantos tentando explicar-se. E não conseguirá.
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A Rose de Renan e a Mônica de Lula
Mônica Veloso virou celebridade nacional em 2007, quando o Brasil ficou sabendo que as contas da jornalista que tivera uma filha com Renan Calheiros eram bancadas por uma empreiteira. Reeleito presidente do Senado no início daquele ano, o parlamentar alagoano acabou renunciando ao cargo para escapar da cassação. Mônica virou capa da revista Playboy, escreveu um livro sobre a história, apresentou um programa de TV, casou-se de novo e submergiu num confortável semianonimato. Com a volta de Renan ao comando da Casa do Espanto, a imprensa ressuscitou o escândalo ─ e reapresentou ao país a bela protagonista do romance com final infeliz.
| Conhec como namoradinha do Lula |
Como meio mundo sabe, Mônica esteve para Renan como Rose está (ou esteve, na mais gentil das hipóteses) para o ex-presidente. Abstraídas as formidáveis diferenças de ordem estética, o que distingue uma da outra é a origem do patrocínio. Mônica foi financiada por uma empreiteira. Rose ganhou um empregão federal e dele se valeu para prosperar como quadrilheira.
Como Lula agora, Renan fez o possível para não abrir a boca sobre o caso. Acabou falando ─ e não convenceu ninguém. O ex-presidente acredita que conseguirá escapar pela trilha do silêncio. É bom que encontre álibis menos toscos que os apresentados pelo senador. Porque um dia terá de falar.
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